PR 13 PIC

PERCURSO DA LAGOA DO CAPITÃO

UM ENCONTRO PLENO COM A NATUREZA.

  1. Freguesia:
    São Roque
  2. Localização :
    São Roque
  3. Natureza viva
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É na própria Lagoa do Capitão (Ponto 1) que este percurso tem o seu início e haveria poucas formas de o começar melhor. A presença da Montanha do Pico espelhada nas águas da Lagoa e as pastagens que a circundam formam um cenário de extraordinária beleza natural, onde reflorescem os encantos ocultos da paisagem sempre verdejante.

Retomando o caminho inicial da Lagoa, vire na primeira bifurcação à direita por um caminho de terra batida, onde a beleza da majestosa montanha o acompanha numa área de vegetação húmida, designada por Turfeira e de mata endémica. Ao longo do caminho, passa por diversas cancelas canadianas, cujo objetivo é impedir a passagem do gado entre pastagens, mas não constituem qualquer impedimento à sua passagem.

 

Ao percorrer cerca de um quilómetro surge, à sua direita, a Escarpa de Falha da Lagoa do Capitão (Ponto 2) e, esta sim, é de uma riqueza extrema no que diz respeito à flora endémica, habitat de várias espécies,

nomeadamente: o trovisco-macho, o azevinho, o folhado e o cedro-do-mato, em cujos ramos pode observar o seu parasita, espigos-de-cedro, muito comum nesta área da Lagoa do Capitão.

 

À sua esquerda, as ruínas de uma antiga queijaria (Ponto 3), que só funcionava nos meses de verão, por ser um local mais fresco, leva-o à imaginação do processo de fabrico do “Queijo Tradicional”.

Continuando o serpentear do trilho pela vegetação, surge, à sua esquerda, uma bela panorâmica sobre o Cabeço do Teixo, onde existem os últimos exemplares da planta que dá nome ao espaço. À sua direita, contornando o Cabeço dos Piquinhos (Ponto 4) terá uma agradável e inesperada surpresa... um miradouro natural com uma vista deslumbrante.

 

Num dia claro pode avistar não só a ilha de São Jorge, como as do Faial e da Graciosa, para além das freguesias de Santo António e de São Roque. Não se apresse e aprecie todos os pormenores, para que nada lhe escape e possa guardar consigo as sensações que este local lhe transmite.

 

Após contemplar esta beleza paisagística, volte atrás e siga pela sua direita, por um caminho de terra batida de acesso às extensas pastagens, onde se cria essencialmente o gado bovino. Encontrará, à sua direita, uma pastagem (devidamente assinalada) que o levará a um túnel de vegetação cerrada (Ponto 5) com cerca de um quilómetro de extensão, ocupado particularmente por espécies arbóreas, realçando-se o louro-da-terra, a urze, o pau-branco, a faia-da-terra, e o incenso.

À entrada do túnel, percorrendo um troço de 400 metros de comprimento, será necessário redobrar a sua atenção à devida sinalização, por se encontrar numa área de densa vegetação.

 

Descendo através do antigo trilho agrícola de pé posto, onde a riqueza em plantas endémicas não o deve surpreender, encontram-se com grande abundância, a erva-do-capitão, as margaridas, a cardamina e as orquídeas endémicas. “Cuidado para não pisar estas espécies”.

Entre a “mata endémica”, propriamente descrita, albergam-se várias espécies de pássaros, salientando-se o canário-da-terra, o melro-preto, o tentilhão, a estrelinha, a toutinegra, o pardal e a alvéola-cinzenta.

À saída do túnel desfrute de uma agradável vista panorâmica sobre a freguesia de São Roque.

 

Continuando o trilho, vire à direita, no próximo entroncamento, subindo em direção à Fonte (séc. XIX) (Ponto 6), junto à Ribeira de Dentro. As águas desta Fonte provêm do cimo da encosta, conduzidas através de um sistema ramificado de calhas, em telha tradicional da Graciosa, até à cisterna que deu origem ao antigo sistema de água canalizada para os chafarizes do Cais do Pico e de São Pedro, no Outeiro. Local de encontro de pessoas que aí iam buscar água ou lavar roupa, mas, apesar de atualmente a Fonte e a cisterna ainda existirem, o sistema de abastecimento de água à freguesia está abandonado. Hoje, é um lugar que nos transcreve, através da sua beleza natural, parte da nossa “Cultura Picoense”.

 

Retomando o caminho da Fonte, continue a descer por entre canadas, chegando ao lugar das Canárias, onde poderá observar milhafres. Vire à esquerda e siga a estrada de asfalto rodeada de vegetação densa até à Gruta das Canárias (Ponto 7), uma cavidade vulcânica descoberta recentemente, com cerca de 800 metros de extensão, que não está preparada para visitação.

 

Continuando o percurso, vire, à esquerda, no próximo entroncamento, descendo cerca de 450 metros até ao Convento de São Pedro de Alcântara (Ponto 8), atual Pousada da Juventude. É uma construção do século XVIII que traduz o esforço da população local e dos frades Franciscanos que para cá foram destacados,

após as erupções vulcânicas dos séculos XVI/XVIII, com o intuito de ajudar este povo a refazer tudo o que tinham perdido e a acreditar na esperança de viver, nesta ilha de “Mistérios”. Anexo ao convento encontra-se o chafariz do Cais do Pico.

Finalize o percurso com a agradável vista sobre a vila e a ilha vizinha de São Jorge.

Aproveite para visitar as exposições do Centro Multimédia de São Roque do Pico e o Museu da Indústria Baleeira de São Roque do Pico.

 

CENTRO MULTIMÉDIA

 

O Centro Multimédia (2003) é o culminar do projeto de reconversão e ampliação da antiga casa dos botes e depósito de óleo das “Armações Baleeiras Reunidas Lda.” (1942-1999), destacando em exposição permanente o bote a motor Baleeira (SR-41-B) e alguns retratos de atores Baleeiros, em São Roque do Pico.

 

MUSEU DA INDÚSTRIA

BALEEIRA DE SÃO ROQUE DO PICO

O Museu da Indústria Baleeira é o polo explicativo da atividade “Memória Baleeira”, sendo o principal centro de transformação industrial dos cachalotes capturados no Grupo Central do Arquipélago dos Açores.

Com a adaptação da antiga fábrica a Museu da Indústria Baleeira em 1994, os objetos industriais passaram a ter uma nova função, a de testemunho, relembrando o amplo complexo processo de transformação industrial do cachalote (matéria prima), que permitia a produção de vitaminas, óleos, farinhas e adubos (produtos de consumo). Valorizando não só os acervos museológicos, como os operários e pescadores que trabalharam na fábrica e que dela retiraram o seu sustento ou parte dele, como também o uso social dos vários produtos (consumo).

 

A LENDA DO TÚNEL DOS FRADES

Com a extinção das ordens religiosas, a comunidade franciscana do convento de São Pedro de Alcântara teve de o abandonar. Reza a lenda que, numa noite, num lendário corredor subterrâneo que ligava o convento ao Portinho da Baía de São Roque, os frades fugiram num embarque com destino jamais conhecido. “Levar a volta dos frades” começou então, na gíria popular, a conotar-se com o desaparecimento abrupto e misterioso de qualquer coisa.

Não se sabe ao certo se o túnel dos frades existiu ou se ainda existe, mas ainda hoje há quem reitere a sua existência.

 

LAGOA DO CAPITÃO

 

A Lagoa do Capitão é das lagoas mais conhecidas da ilha do Pico, devido à sua envolvente paisagística de grande beleza natural. Situa-se a 790 metros de altitude e tem uma profundidade máxima de 4,5 metros; uma área de 0,025 quilómetros quadrados e um volume de 43 103 metros cúbicos; a área da sua bacia é de 0,18 quilómetros quadrados.

 

A origem do seu nome deve-se ao facto de, na freguesia de São Roque, ter residido um Capitão proprietário da maior parte das terras envolventes à sua casa, que abrangiam uma grande área da freguesia, englobando a lagoa. Segundo alguns testemunhos da freguesia, o Capitão era um homem de boa-fé, um “Ajudante do Povo”.

A casa, apesar de se encontrar em estado de degradação, é um testemunho da arquitetura senhorial do séc. XVIII, inserida no Património Imóvel da Ilha do Pico. Ainda hoje é denominada pela população local por “Casa do Capitão”.




  1. Extensão:
    9.2
  2. Duração Média:
    03:00:00
  3. Grau de Dificuldade:
    médio
  4. Tipo de Caminho:
    Caminho de terra, de pé posto, em terra e asfalto
  5. Declive:

  1. Quando Visitar
    Caminho de terra, de pé posto, em terra e asfalto
  2. Homologado
    Sim
  3. Sinalizado
    Sim
  4. Interesse Natural
    Flora endémica, a Lagoa do Capitão e a vista panorâmica do Cabeço dos Piquinhos
  5. Proprietários
    Caminhos Públicos
  6. Entidade Responsável
    Câmara Municipal de São Roque do Pico